Retornamos após a apresentação de Cleansed em dezembro de 2010 para discutirmos as questões de trabalho no ano de 2011. O grupo concordou na continuidade do trabalho, realizando performances, instalações artísticas, paisagens sonoras e vídeo-artes dos quais havíamos rascunhado idéias durante o processo criativo no ano de 2010, ou mesmo pensado após a realização da última apresentação. Sobre esta dinâmica de trabalho discutiremos em outros posts.
A convite do Centro Acadêmico Edson Claro do curso de Licenciatura em Teatro da UFRN, colocamos em prática uma dessas idéias no final do mês de fevereiro de 2011. Organizamos a idéia de uma paisagem sonora envolvendo a perspectiva de enfoque no público, inserindo-o como sujeito e objeto instalado na cena, e provocando através da troca de suas roupas uma modificação de sua performance, assumindo sem outros incentivos além da troca de “figurino” uma postura modificada na paisagem.
Circunscrevemos o “público” a um espaço separado daqueles que optaram por não entrar ou ali estavam desde o início apenas observando. Este espaço buscava através da projeção videográfica e fundamentalmente pelos arranjos sonoros produzidos por três pontos de som, em distintas posições, alturas e distâncias, provocar o estímulo à produção da imagem de um vagão de prisioneiros nazista em movimento, e estimular com estes impulsos, somados a presença e ações de dois performers no vagão, a produção de comportamentos alterados no público.
As questões que ensejáramos trabalhar foram bem sucedidas em todos os seus aspectos, a continuidade de nossa pesquisa de produção do espaço através do som, a alteração de comportamento e performance do “público” (performers) e do público (performer espectador) interagindo fortemente com a cena, a questão da troca de “figurino” como traço de composição de modificação da performance corporal, e, por fim, as questões de poder entre dominador e vítima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário